domingo, 15 de novembro de 2009

Religião, saúde e cura: um estudo entre neopentecostais

Postado por: Anne Gabrielle,Elisa Nogueira,Gabriela Augusta,Maria camila,Marina Martins

Enquanto a ciência avança com novas descobertas tecnológicas e teorias revolucionárias, parte da população se volta para o divino, à procura das soluções ou de respostas para o significado de estar no mundo. Apesar de admitir as causas concretas de algumas doenças, nem sempre se vêem como positivas as práticas da medicina oficial.Em alguns casos as consultas médicas passam a ser quase exclusas, afinal muitos fieis acreditam que Deus quer salvá-lo, e Ele fará isso independente da ação médica.
Existem doenças que de fato são da carne,com caráter físico,mas também existem doenças em que o médico não pode curar,pois são doenças do espírito.A cura dessas doenças também é espiritual ,não podem ser tratadas por remédios.
Os rituais de cura podem ser realizados por um conjunto de crentes em forma de correntes. Assim, o poder do pastor não é a única forma de alcançar a graça. Já sem a presença deste, a cura só ocorre em grupo. Podemos perceber, então, que a fé que o fiel tem no Espírito Santo é inferior diante da hierarquia eclesiástica, sendo o pastor a figura que obtém o dom da cura. O poder de um pastor sozinho equivale ao de 70 homens e mulheres.
Quando o tratamento medicamentoso não faz efeito, ou seja, quando os sintomas não desaparecem, o doente fica inseguro, o que é corroborado pela dificuldade de incorporar o significado dos atos médicos. O desengano médico atua como um estimulador para se recorrer ao sobrenatural. A noção de desengano transmite uma idéia de irreversibilidade, restando apenas a resignação que é oferecida pela religião. O desengano faz o doente buscar a cura milagrosa e, assim, aderir à igreja, uma vez que sua primeira tentativa foi recorrer à medicina oficial.
As igrejas neopentecostais especializaram-se em prover soluções simbólicas para os mais variados problemas. Seu discurso fornece sentido, orienta e ajuda as pessoas a resolverem e contornarem suas aflições cotidianas.
Um dos fatores de diferenciação das práticas de saúde oficiais e religiosas, o caráter inclusivo destas últimas, contrário a uma exclusão social decorrente das outras, mais comum no sistema público. Na medicina oficial, o doente é tratado como um objeto, submetido a técnicas que excluem qualquer manifestação afetiva ou humana, ou como uma doença, muitas vezes, nociva à sociedade. Já nas igrejas, o fiel é acolhido como um “irmão em Deus”, num ambiente onde os sentimentos de compaixão e ajuda predominam, e onde, ao invés de ser excluído de um grupo, o sujeito é amparado num novo grupo.
http://scielo.bvs-psi.org.br/scielo.php?pid=S1414-98932004000300011&script=sci_arttext

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