quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ANÁLISE DE RELATOS VERBAIS DE UM GRUPO DE RELIGIOSAS SOBRE SUA PARTICIPAÇÃO EM SESSÕES FISIOTERÁPICAS



Postado por: Bárbara Beiriz, Lílian, Michelle, Natália e Thalita

Este trabalho enquadra-se no interesse amplo de explorar possibilidades de utilização do relato verbal como fonte de dados, para descrever como pessoas constroem percepções sobre o próprio corpo, demonstrando que o mesmo pode ser feito durante a realização de trabalho de fisioterapia.
No presente trabalho, os relatos das religiosas ocorreram enquanto elas interagiam verbalmente com a fisioterapeuta, e versaram sobre o que sentiam, pensavam e esperavam com relação às sessões de fisioterapia. O conteúdo de seus relatos, como veremos, se modificou de sessão para sessão, na medida em que interagiam com a fisioterapeuta.
Para algumas das participantes, há íntima relação entre aspectos comumente chamados de corporais e aqueles chamados de mentais e os referentes a relações com outras pessoas. Rejeitando até a dissociação corpo-mente.
Notou-se ainda que os conteúdos dos relatos referentes a percepções corporais antes de iniciar o trabalho de fisioterapia indicaram alguma percepção quanto à adequação ou não a um padrão desejado, o que provavelmente norteou a fisioterapeuta nas primeiras direções a serem tomadas nos exercícios das sessões subseqüentes. A partir da segunda sessão, as decisões da fisioterapeuta sobre exercícios e orientações foram provavelmente norteadas.
Nos relatos grande parte das participantes avaliou de forma positiva o trabalho realizado. Também relataram a dificuldades e a aspectos que consideraram positivos, ao realizarem os exercícios em casa. Estes relatos tiveram importância para as reorientações das ações da fisioterapeuta, uma vez que um de seus objetivos era ensinar os exercícios nas sessões para que os mesmos fossem posteriormente realizados em casa.
Este trabalho apresenta algumas considerações importantes; enquanto muitos têm preocupação exclusiva com o corpo físico, alguns têm a preocupação de manter o corpo e a mente saudáveis, procurando integrá-los. As religiosas parecem estar neste segundo grupo.
Hoje muitas religiosas, além do trabalho de pastoral, encaram o trabalho como forma de sobrevivência, tendo de se adaptar-se ao mundo atual. É possível, pois, que atualmente alguns grupos de religiosas tenham deixado de privilegiar quase que exclusivamente o espiritual, para integrar a relação físico/psíquico às suas preocupações, passando a buscar uma harmonização entre essas instâncias, por assim dizer. Tanto os relatos das participantes deste trabalho, como o próprio fato de se engajarem nas atividades fisioterápicas, aponta nessa direção.

http://www.fm.usp.br/fofito/fisio/pessoal/amelia/artigos/relatosverbais.pdf

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